*ARI
DO REGO DOS SANTOS (ARI DURREGO)
Os
conhecimentos geográficos dos europeus, no final da Idade Média, ainda estavam
limitados à Europa. Mas apesar de escassos, esses conhecimentos foram utilizados
por alguns navegadores a serviço dos interesses de alguns países, como por
exemplo, Portugal que foi um dos pioneiros das grandes navegações, onde esta
correspondia o desejo de se conquistar novos territórios.
Os acontecimentos ocorridos entre os
séculos XV e XVI causaram grandes transformações das sociedades europeias. Com as
grandes navegações, houve um contato preliminar com várias sociedades.
A expansão ultramarina foi uma
estratégia encontrada pela sociedade europeia para encontrar novas fontes de
metais preciosos e controlar novas regiões, estabelecendo domínio sobre as
populações, o que desencadeou o processo expansionista.
A centralização política contribuiu
para o processo expansionista e seus desdobramentos, no sentido de ser
responsável pela a acumulação primitiva de capital na Europa, e fortalecimento
dos Estados Nacionais europeus, levando-os progressivamente a adotarem uma
política intervencionista na economia. Essa intervenção correspondeu o
mercantilismo.
Para manter os princípios fundamentais
do mercantilismo, eram necessários novos territórios, porque sem territórios ou
dominação destes, não era possível ter uma balança comercial favorável, pois o
mercado consumidor desses territórios era responsável pelo consumo dos produtos
produzidos na Europa.
Com o pretexto de conseguir levar em
diante os seus planos, as grandes potências já existentes dividiram o mundo
entre si e selaram os destinos econômicos de inúmeras nações do mundo.
Procurando expandir suas influencias
políticas em outros locais do mundo, os países envolvidos utilizavam da
violência para obter sucesso, chegando até mesmo subjugar as populações dessas
áreas pretendidas.
O mundo chegou a certo momento, parecer
ser propriedade de apenas um pequeno grupo que fazia de tudo para explorar o
máximo e gerar riquezas para se manter na corrida pelo poder, ou seja, decidir
quem era o mais poderoso, quem tinha mais influências, quem realmente era dono
do mundo.
Não podemos negar que através desses
acontecimentos, a humanidade assistiu o surgimento de muitas novidades nos
diversos seguimentos econômicos da época.
As ideias deterministas desenvolvidas
por Ratzel foram utilizadas para justificar o sistema colonial que prevaleceu
por durante muito tempo, inclusive no Brasil, quando “pertenceu” a Portugal. Os
países situados no norte do globo, segundo Ratzel, deveriam dominar o resto do
mundo, pois tinham maiores possibilidades de se desenvolver e condições de
utilizarem com precisão os recursos existentes em todo o planeta. A fundação de
colônias é a criação de um mercado e significa para os países-metrópole um elo
de negociações, visto que a colônia não só consome os produtos, mas como também
fornecerem matérias-primas para a metrópole.
Hoje, a divisão do espaço geográfico
mundial, tem sido feita exclusivamente por critérios político-econômicos.
O mapa-múndi político sofreu, nas
últimas décadas, transformações radicais. A sociedade moderna domina e
transforma a natureza, submetendo-se aos interesses político-econômicos das
classes e dos indivíduos que compõem essa sociedade. Disso resulta uma
regionalização que com base em critérios sociais está ligada ao equilíbrio
instável entre os países, e a cooperação entre as grandes potências atuais.
O mercantilismo, como citei
anteriormente, foi uma peça chave para o desenvolvimento do capitalismo que
hoje comanda as bases da geopolítica no mundo. O capitalismo unificou a
humanidade e criou uma enorme diferença entre as áreas desenvolvidas e
subdesenvolvidas. Há uma divisão no papel das relações entre as nações do norte
e do sul, onde as nações do norte são consideradas nações de consumo, porque usufruem
de todos os bens modernos e as nações do sul, oferecem na sua grande maioria,
apenas matérias-primas de baixo valor comercial.
Atualmente, o poder dos países ricos
tem desafiados os governos de países pobres, propondo um novo desenho político
e econômico para o espaço geográfico mundial, onde não existem limites, nem
controle, sobre a circulação dos capitais.
No meio de todas essas mudanças e descontroles
dos territórios, surge uma porta aberta para as potências impor seus domínios
sobre os outros países. Podemos citar um exemplo, talvez o mais adequado no
momento, que é o caso dos Estados Unidos, país que atualmente comanda quase
toda a economia do mundo, apesar da União Europeia, constituir uma forte
concorrente.
O impacto que a economia
norte-americana exerce na economia mundial, seja nos momentos de crescimento ou
nos de crise como a desaceleração econômica que vem ocorrendo, é imenso e
incalculável.
O mundo, nesse momento, caminha para o
enfraquecimento das fronteiras existentes entre os países e para o aumento da
interdependência entre os mesmos. As economias nacionais não estão conseguindo
se desenvolverem sozinhas e apelam para o aderimento de blocos econômicos, como
por exemplo, o Nafta liderado pelos Estados Unidos e a União Europeia,
associação que reúne vários países da Europa, tornando esses blocos cada vez
mais fortes.
Vemos que a história da humanidade
sempre foi marcada por influências de pequenos grupos predominantes, desde a
história antiga até a moderna, são decisivos os fatos envolvendo a geopolítica.
No começo essas influências foram
impostas através de guerras, assaltos de territórios, sustentados por
ideologias da época. Atualmente a situação ganhou um novo modo de se impor
influência e conquistar novos territórios, que é o avanço do capitalismo e a ampliação
da globalização, correspondendo uma tática econômica.
As relações existentes entre os países
na atualidade pode ser considerada injusta, porque os investimentos feitos por
alguns países ricos em países pobres, tem um único objetivo que é lucrar,
tornando-os um local estratégico econômico e político para os seus mercados.
*Graduado em
Geografia, Especializando-se em Educação Ambiental e Funcionário Público
Municipal.
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REFERÊNCIAS
ANTONIO,
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novos blocos políticos. S. l., Globo, s.d. p. 98-103.
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TAVARES,
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Território da desigualdade: descaminhos da modernização. Rio de Janeiro, Zahar,
1991.