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segunda-feira, 25 de junho de 2012

GEOPOLÍTICA: A VILÃ DAS DESIGUALDADES


*ARI DO REGO DOS SANTOS (ARI DURREGO)

         Os conhecimentos geográficos dos europeus, no final da Idade Média, ainda estavam limitados à Europa. Mas apesar de escassos, esses conhecimentos foram utilizados por alguns navegadores a serviço dos interesses de alguns países, como por exemplo, Portugal que foi um dos pioneiros das grandes navegações, onde esta correspondia o desejo de se conquistar novos territórios.
         Os acontecimentos ocorridos entre os séculos XV e XVI causaram grandes transformações das sociedades europeias. Com as grandes navegações, houve um contato preliminar com várias sociedades.
           A expansão ultramarina foi uma estratégia encontrada pela sociedade europeia para encontrar novas fontes de metais preciosos e controlar novas regiões, estabelecendo domínio sobre as populações, o que desencadeou o processo expansionista.
       A centralização política contribuiu para o processo expansionista e seus desdobramentos, no sentido de ser responsável pela a acumulação primitiva de capital na Europa, e fortalecimento dos Estados Nacionais europeus, levando-os progressivamente a adotarem uma política intervencionista na economia. Essa intervenção correspondeu o mercantilismo.
         Para manter os princípios fundamentais do mercantilismo, eram necessários novos territórios, porque sem territórios ou dominação destes, não era possível ter uma balança comercial favorável, pois o mercado consumidor desses territórios era responsável pelo consumo dos produtos produzidos na Europa.
        Com o pretexto de conseguir levar em diante os seus planos, as grandes potências já existentes dividiram o mundo entre si e selaram os destinos econômicos de inúmeras nações do mundo.
             Procurando expandir suas influencias políticas em outros locais do mundo, os países envolvidos utilizavam da violência para obter sucesso, chegando até mesmo subjugar as populações dessas áreas pretendidas.
        O mundo chegou a certo momento, parecer ser propriedade de apenas um pequeno grupo que fazia de tudo para explorar o máximo e gerar riquezas para se manter na corrida pelo poder, ou seja, decidir quem era o mais poderoso, quem tinha mais influências, quem realmente era dono do mundo.
            Não podemos negar que através desses acontecimentos, a humanidade assistiu o surgimento de muitas novidades nos diversos seguimentos econômicos da época.
           As ideias deterministas desenvolvidas por Ratzel foram utilizadas para justificar o sistema colonial que prevaleceu por durante muito tempo, inclusive no Brasil, quando “pertenceu” a Portugal. Os países situados no norte do globo, segundo Ratzel, deveriam dominar o resto do mundo, pois tinham maiores possibilidades de se desenvolver e condições de utilizarem com precisão os recursos existentes em todo o planeta. A fundação de colônias é a criação de um mercado e significa para os países-metrópole um elo de negociações, visto que a colônia não só consome os produtos, mas como também fornecerem matérias-primas para a metrópole.
            Hoje, a divisão do espaço geográfico mundial, tem sido feita exclusivamente por critérios político-econômicos.
            O mapa-múndi político sofreu, nas últimas décadas, transformações radicais. A sociedade moderna domina e transforma a natureza, submetendo-se aos interesses político-econômicos das classes e dos indivíduos que compõem essa sociedade. Disso resulta uma regionalização que com base em critérios sociais está ligada ao equilíbrio instável entre os países, e a cooperação entre as grandes potências atuais.
      O mercantilismo, como citei anteriormente, foi uma peça chave para o desenvolvimento do capitalismo que hoje comanda as bases da geopolítica no mundo. O capitalismo unificou a humanidade e criou uma enorme diferença entre as áreas desenvolvidas e subdesenvolvidas. Há uma divisão no papel das relações entre as nações do norte e do sul, onde as nações do norte são consideradas nações de consumo, porque usufruem de todos os bens modernos e as nações do sul, oferecem na sua grande maioria, apenas matérias-primas de baixo valor comercial.
         Atualmente, o poder dos países ricos tem desafiados os governos de países pobres, propondo um novo desenho político e econômico para o espaço geográfico mundial, onde não existem limites, nem controle, sobre a circulação dos capitais.
         No meio de todas essas mudanças e descontroles dos territórios, surge uma porta aberta para as potências impor seus domínios sobre os outros países. Podemos citar um exemplo, talvez o mais adequado no momento, que é o caso dos Estados Unidos, país que atualmente comanda quase toda a economia do mundo, apesar da União Europeia, constituir uma forte concorrente.
         O impacto que a economia norte-americana exerce na economia mundial, seja nos momentos de crescimento ou nos de crise como a desaceleração econômica que vem ocorrendo, é imenso e incalculável.
       O mundo, nesse momento, caminha para o enfraquecimento das fronteiras existentes entre os países e para o aumento da interdependência entre os mesmos. As economias nacionais não estão conseguindo se desenvolverem sozinhas e apelam para o aderimento de blocos econômicos, como por exemplo, o Nafta liderado pelos Estados Unidos e a União Europeia, associação que reúne vários países da Europa, tornando esses blocos cada vez mais fortes.
         Vemos que a história da humanidade sempre foi marcada por influências de pequenos grupos predominantes, desde a história antiga até a moderna, são decisivos os fatos envolvendo a geopolítica.

         No começo essas influências foram impostas através de guerras, assaltos de territórios, sustentados por ideologias da época. Atualmente a situação ganhou um novo modo de se impor influência e conquistar novos territórios, que é o avanço do capitalismo e a ampliação da globalização, correspondendo uma tática econômica.
         As relações existentes entre os países na atualidade pode ser considerada injusta, porque os investimentos feitos por alguns países ricos em países pobres, tem um único objetivo que é lucrar, tornando-os um local estratégico econômico e político para os seus mercados.

              
*Graduado em Geografia, Especializando-se em Educação Ambiental e Funcionário Público Municipal.
                     
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REFERÊNCIAS

ANTONIO, C. Para além da polarização: os novos blocos políticos. S. l., Globo, s.d. p. 98-103.
HAESBAERT, R. Blocos internacionais de poder. São Paulo, Contexto, 1990.
MARQUES, A. Pelos caminhos da História. 1. Ed. Curitiba, Positivo, 2005.
TAVARES, H. T. Inovações  tecnológicas e suas implicações territoriais. In: Brasil. Território da desigualdade: descaminhos da modernização. Rio de Janeiro, Zahar, 1991.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

AS DESIGUALDADES NO ACESSO À UNIVERSIDADE E A FALTA DE MANUTENÇÃO DO SISTEMA DE ENSINO PÚBLICO: PROBLEMAS A SEREM RESOLVIDOS


*ARI DO REGO DOS SANTOS


       
       No acesso e na manutenção da universidade pública existem distorções que devem ser atentadas e eliminadas. O preenchimento das vagas disponibilizadas pelas mesmas vale-se de uma competição desigual, onde os que têm dinheiro e consequentemente estão mais preparados, tomam as vagas dos mais carentes que vem das escolas públicas que não tem condições físicas, tecnológicas e, em alguns casos, humanas, para melhor prepara seus alunos para esta “guerra”. E o pior é que parece que o legislativo e o executivo brasileiro não sabem ou simplesmente ignoram o fato de que não há desenvolvimento econômico, político e social de um povo sem a educação. Prova disso é o abandono, por parte deles, do ensino básico e superior. Prédios sucateados com bibliotecas e laboratórios que não funcionam ou não atendem em sua plenitude as necessidades de sua clientela. Além da questão salarial que envergonha o país, já que as pessoas que fazem a educação são humilhadas com míseres renumerações pelo tanto que fazem. Refletindo dessa forma as inaceitáveis falhas do nosso sistema educacional que precisam ser corrigidas urgentemente.
         A manutenção do ensino superior público, tanto no que diz respeito à aquisição de equipamentos modernos quanto de profissionais qualificados somados a bons salários, é indispensável. Pois é através deste que certo número de estudantes pobres tem acesso a uma formação superior, e com isso poder ajudar o país a se desenvolver intelectual, social e economicamente e, além disso, permitir que o Brasil pague um pouco de sua dívida para com a sua população mais desprovida de recursos financeiros. Apesar de que os filhos dos mais ricos é que tem tido acesso a maioria das vagas disponibilizadas pelas universidades públicas.
       E a explicação para este problema está no processo educacional que as antecedem. Desde o ensino infantil até o ensino médio público, prevalece às condições precárias dos prédios escolares; a existência de profissionais desqualificados devido aos apadrinhamentos políticos, principalmente nos pequenos municípios do país; a falta de investimentos suficientes para a compra e manutenção dos materiais modernos necessários no auxílio dos educadores para uma boa exposição e consequentemente em maior aprendizado por parte dos alunos; greves ocasionadas pela luta por melhores salários; enfim, uma série de deficiências que refletem diretamente na baixa qualidade do ensino dos educandos deste sistema.
         Já nas escolas particulares, a situação é completamente diferente, pois dispõem de confortáveis estruturas físicas, humanas e tecnológicas. Os professores que nelas atuam, são em sua grande maioria, os melhores do mercado. Sem contar a grande cobrança que existe por parte dos alunos e pais, além das rigorosas determinações vindas de seus gestores e diretores sendo os obrigados a cumprir. Sendo assim essas diferenças dessas duas modalidades, o problema que gira entorno das desigualdades referentes ao acesso às instituições de ensino superior público.
         Com relação às instituições de ensino superior público, o que se tem visto são estas deixadas à própria sorte, sem as condições estruturais adequadas e com seus profissionais recebendo salários deficitários, resultando em um ensino cada vez mais deficiente.
         E culpar os trabalhadores da educação, como tem feito os administradores municipais, estaduais e a gestão federal, não resolve a problemática, nem do ensino básico e nem do ensino superior. O que eles realmente devem fazer é melhorar o ensino de base, desde o infantil até o ensino médio, para diminuir essa desproporcionalidade entre o número de alunos das escolas particulares e públicas no que se refere ao acesso à universidade.
         É preciso equipar as escolas. Contratar profissionais qualificados, ao invés de colocar os desqualificados, só por questões políticas. Permitir através da eficiência educacional e estrutural, a entrada de alunos que realmente precisam do financiamento público, nas universidades.
         Paralelamente a isso, devem empreender a reestruturação física (conservação e/ou construção de novos prédios), tecnológica (instalação e manutenção de laboratórios modernos de pesquisas) e humana (concessão de salários dignos e condizentes com as atribuições exercidas por cada profissional) das universidades públicas para que estas cumpram o seu verdadeiro papel que é pautado no ensino, pesquisa e extensão.
  
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*Graduado em Geografia, Especializando-se em Educação Ambiental e Funcionário Público Municipal.