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segunda-feira, 4 de junho de 2012

AS DESIGUALDADES NO ACESSO À UNIVERSIDADE E A FALTA DE MANUTENÇÃO DO SISTEMA DE ENSINO PÚBLICO: PROBLEMAS A SEREM RESOLVIDOS


*ARI DO REGO DOS SANTOS


       
       No acesso e na manutenção da universidade pública existem distorções que devem ser atentadas e eliminadas. O preenchimento das vagas disponibilizadas pelas mesmas vale-se de uma competição desigual, onde os que têm dinheiro e consequentemente estão mais preparados, tomam as vagas dos mais carentes que vem das escolas públicas que não tem condições físicas, tecnológicas e, em alguns casos, humanas, para melhor prepara seus alunos para esta “guerra”. E o pior é que parece que o legislativo e o executivo brasileiro não sabem ou simplesmente ignoram o fato de que não há desenvolvimento econômico, político e social de um povo sem a educação. Prova disso é o abandono, por parte deles, do ensino básico e superior. Prédios sucateados com bibliotecas e laboratórios que não funcionam ou não atendem em sua plenitude as necessidades de sua clientela. Além da questão salarial que envergonha o país, já que as pessoas que fazem a educação são humilhadas com míseres renumerações pelo tanto que fazem. Refletindo dessa forma as inaceitáveis falhas do nosso sistema educacional que precisam ser corrigidas urgentemente.
         A manutenção do ensino superior público, tanto no que diz respeito à aquisição de equipamentos modernos quanto de profissionais qualificados somados a bons salários, é indispensável. Pois é através deste que certo número de estudantes pobres tem acesso a uma formação superior, e com isso poder ajudar o país a se desenvolver intelectual, social e economicamente e, além disso, permitir que o Brasil pague um pouco de sua dívida para com a sua população mais desprovida de recursos financeiros. Apesar de que os filhos dos mais ricos é que tem tido acesso a maioria das vagas disponibilizadas pelas universidades públicas.
       E a explicação para este problema está no processo educacional que as antecedem. Desde o ensino infantil até o ensino médio público, prevalece às condições precárias dos prédios escolares; a existência de profissionais desqualificados devido aos apadrinhamentos políticos, principalmente nos pequenos municípios do país; a falta de investimentos suficientes para a compra e manutenção dos materiais modernos necessários no auxílio dos educadores para uma boa exposição e consequentemente em maior aprendizado por parte dos alunos; greves ocasionadas pela luta por melhores salários; enfim, uma série de deficiências que refletem diretamente na baixa qualidade do ensino dos educandos deste sistema.
         Já nas escolas particulares, a situação é completamente diferente, pois dispõem de confortáveis estruturas físicas, humanas e tecnológicas. Os professores que nelas atuam, são em sua grande maioria, os melhores do mercado. Sem contar a grande cobrança que existe por parte dos alunos e pais, além das rigorosas determinações vindas de seus gestores e diretores sendo os obrigados a cumprir. Sendo assim essas diferenças dessas duas modalidades, o problema que gira entorno das desigualdades referentes ao acesso às instituições de ensino superior público.
         Com relação às instituições de ensino superior público, o que se tem visto são estas deixadas à própria sorte, sem as condições estruturais adequadas e com seus profissionais recebendo salários deficitários, resultando em um ensino cada vez mais deficiente.
         E culpar os trabalhadores da educação, como tem feito os administradores municipais, estaduais e a gestão federal, não resolve a problemática, nem do ensino básico e nem do ensino superior. O que eles realmente devem fazer é melhorar o ensino de base, desde o infantil até o ensino médio, para diminuir essa desproporcionalidade entre o número de alunos das escolas particulares e públicas no que se refere ao acesso à universidade.
         É preciso equipar as escolas. Contratar profissionais qualificados, ao invés de colocar os desqualificados, só por questões políticas. Permitir através da eficiência educacional e estrutural, a entrada de alunos que realmente precisam do financiamento público, nas universidades.
         Paralelamente a isso, devem empreender a reestruturação física (conservação e/ou construção de novos prédios), tecnológica (instalação e manutenção de laboratórios modernos de pesquisas) e humana (concessão de salários dignos e condizentes com as atribuições exercidas por cada profissional) das universidades públicas para que estas cumpram o seu verdadeiro papel que é pautado no ensino, pesquisa e extensão.
  
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*Graduado em Geografia, Especializando-se em Educação Ambiental e Funcionário Público Municipal.
    

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