*ARI DO REGO DOS SANTOS
No acesso e na
manutenção da universidade pública existem distorções que devem ser atentadas e
eliminadas. O preenchimento das vagas disponibilizadas pelas mesmas vale-se de
uma competição desigual, onde os que têm dinheiro e consequentemente estão mais
preparados, tomam as vagas dos mais carentes que vem das escolas públicas que
não tem condições físicas, tecnológicas e, em alguns casos, humanas, para
melhor prepara seus alunos para esta “guerra”. E o pior é que parece que o
legislativo e o executivo brasileiro não sabem ou simplesmente ignoram o fato
de que não há desenvolvimento econômico, político e social de um povo sem a
educação. Prova disso é o abandono, por parte deles, do ensino básico e
superior. Prédios sucateados com bibliotecas e laboratórios que não funcionam
ou não atendem em sua plenitude as necessidades de sua clientela. Além da
questão salarial que envergonha o país, já que as pessoas que fazem a educação
são humilhadas com míseres renumerações pelo tanto que fazem. Refletindo dessa
forma as inaceitáveis falhas do nosso sistema educacional que precisam ser
corrigidas urgentemente.
A manutenção do ensino superior público, tanto no que diz
respeito à aquisição de equipamentos modernos quanto de profissionais
qualificados somados a bons salários, é indispensável. Pois é através deste que
certo número de estudantes pobres tem acesso a uma formação superior, e com
isso poder ajudar o país a se desenvolver intelectual, social e economicamente
e, além disso, permitir que o Brasil pague um pouco de sua dívida para com a
sua população mais desprovida de recursos financeiros. Apesar de que os filhos dos
mais ricos é que tem tido acesso a maioria das vagas disponibilizadas pelas
universidades públicas.
E a explicação para este problema está no processo
educacional que as antecedem. Desde o ensino infantil até o ensino médio
público, prevalece às condições precárias dos prédios escolares; a existência
de profissionais desqualificados devido aos apadrinhamentos políticos,
principalmente nos pequenos municípios do país; a falta de investimentos
suficientes para a compra e manutenção dos materiais modernos necessários no
auxílio dos educadores para uma boa exposição e consequentemente em maior
aprendizado por parte dos alunos; greves ocasionadas pela luta por melhores
salários; enfim, uma série de deficiências que refletem diretamente na baixa
qualidade do ensino dos educandos deste sistema.
Já nas escolas particulares, a situação é completamente
diferente, pois dispõem de confortáveis estruturas físicas, humanas e
tecnológicas. Os professores que nelas atuam, são em sua grande maioria, os
melhores do mercado. Sem contar a grande cobrança que existe por parte dos
alunos e pais, além das rigorosas determinações vindas de seus gestores e
diretores sendo os obrigados a cumprir. Sendo assim essas diferenças dessas
duas modalidades, o problema que gira entorno das desigualdades referentes ao
acesso às instituições de ensino superior público.
Com relação às instituições de ensino superior público, o
que se tem visto são estas deixadas à própria sorte, sem as condições
estruturais adequadas e com seus profissionais recebendo salários deficitários,
resultando em um ensino cada vez mais deficiente.
E culpar os trabalhadores da educação, como tem feito os
administradores municipais, estaduais e a gestão federal, não resolve a
problemática, nem do ensino básico e nem do ensino superior. O que eles
realmente devem fazer é melhorar o ensino de base, desde o infantil até o
ensino médio, para diminuir essa desproporcionalidade entre o número de alunos
das escolas particulares e públicas no que se refere ao acesso à universidade.
É preciso equipar as escolas. Contratar profissionais
qualificados, ao invés de colocar os desqualificados, só por questões
políticas. Permitir através da eficiência educacional e estrutural, a entrada
de alunos que realmente precisam do financiamento público, nas universidades.
Paralelamente a isso, devem empreender a reestruturação
física (conservação e/ou construção de novos prédios), tecnológica (instalação
e manutenção de laboratórios modernos de pesquisas) e humana (concessão de
salários dignos e condizentes com as atribuições exercidas por cada
profissional) das universidades públicas para que estas cumpram o seu
verdadeiro papel que é pautado no ensino, pesquisa e extensão.
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*Graduado
em Geografia, Especializando-se em Educação Ambiental e Funcionário Público
Municipal.
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